A infertilidade afeta milhões de casais em todo o mundo, sendo uma preocupação significativa para aqueles que desejam ter filho. Felizmente, avanços na medicina têm permitido o desenvolvimento de técnicas diagnósticas cada vez mais precisas para avaliar a saúde reprodutiva e contribuir para uma gravidez saudável e bem-sucedida.
Um desses métodos é a histeroscopia, um procedimento que desempenha um papel crucial no diagnóstico da infertilidade. Mas o que é histeroscopia ?
Neste artigo, vamos explorar o que é histeroscopia e como ela é importante para identificar possíveis causas de infertilidade.
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O QUE É HISTEROSCOPIA?
A histeroscopia é um procedimento médico minimamente invasivo que permite a visualização da cavidade uterina. Nele é utilizado um instrumento chamado histeroscópio, que é composto por um tubo fino e flexível equipado com uma câmera de vídeo de alta resolução (ela filma e transmite as imagens para um monitor de TV).
O histeroscópio é inserido através do canal vaginal e permite ao médico examinar o interior do útero em tempo real.
A IMPORTÂNCIA DA HISTEROSCOPIA NO DIAGNÓSTICO DA INFERTILIDADE
A histeroscopia permite uma análise minuciosa da cavidade uterina, revelando possíveis problemas que podem, por exemplo, impedir a implantação do embrião ou provocar abortos recorrentes.
Os distúrbios uterinos mais frequentemente identificados através desse exame e que afetam, muitas vezes, a fertilidade incluem aderências (cicatrizes dentro do útero), pólipos, miomas submucosos, adenomiose, endometrite, anomalias do canal cervical e lesões da junção útero-tubária.
O diagnóstico adequado desses problemas contribui de forma significativa nas chances de uma gravidez bem-sucedida.
A histeroscopia, inclusive, desempenha um papel importante no processo da fertilização in vitro (FIV), uma das principais técnicas da reprodução assistida.
Antes da realização da transferência do embrião, a etapa final da FIV, a histeroscopia pode ser indicada e realizada para garantir que a cavidade uterina esteja saudável e livre de alterações (infecções, inflamações) que possam prejudicar o sucesso do tratamento.
E mais: algumas mulheres podem apresentar uma estenose do canal cervical, que é a passagem estreita que conecta o útero à vagina. Durante a transferência de embrião, um cateter é usado, nesse canal, para guiar o embrião para o útero.
Então, a estenose, que é um estreitamento anormal desse canal, pode dificultar a passagem do cateter durante a transferência. Nessa hora, a histeroscopia pode ser usada para avaliar a presença de estenose cervical antes da transferência embrionária.
Desse modo, durante o procedimento, o especialista pode adotar algumas medidas para facilitar a passagem do cateter.
Em resumo, a histeroscopia fornece informações valiosas e importantes que podem fazer toda a diferença na busca por uma gravidez de sucesso.
Referência: pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10923141/.
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Dr. Ricardo Luba
Especialista em Reprodução Assistida
CRMSP: 113528 RQE: 343951