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COMO SER UM DOADOR DE ESPERMA NO BRASIL?

Você já pensou em ser um doador de esperma?

A doação de esperma é um processo pelo qual um homem doa seu sêmen, que contém espermatozoides, para ser utilizado por quem deseja ter filhos, mas enfrenta dificuldade para engravidar. Essa técnica é utilizada em procedimentos de reprodução assistida, como a inseminação intrauterina (chamada também de artificial) ou a fertilização in vitro.

O objetivo da doação é ajudar casais/pessoas com problemas de fertilidade masculina, ausência de parceiro (produção independente), questões de saúde específicas ou mesmo casais homoafetivos femininos, por exemplo.

Então, o doador de esperma pode ser crucial na construção de famílias, na realização de sonhos. 

Mas, afinal de contas, quem pode doar? Quais são os requisitos? Como é feita a coleta? No artigo de hoje, eu esclareço essas e outras dúvidas importantes sobre o assunto. Continue lendo!

QUEM PODE DOAR? CONFIRA AS NORMAS PARA SER UM DOADOR DE ESPERMA NO BRASIL

A seguir, você encontrará algumas regras importantes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM):

– Ao contrário do que acontece em países como os EUA, a doação no Brasil não pode ter caráter lucrativo ou comercial, ou seja, é proibido qualquer tipo de remuneração pela doação.

– Para doar, o homem deve ter entre 18 e 45 anos.

– Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores, que é quem vai receber a doação, e vice-versa (deve ser mantido, obrigatoriamente, sigilo), exceto na doação para parentesco de até 4º grau (primos) de um dos receptores, desde que não incorra em consanguinidade.

– Em situações especiais, informações sobre os doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente aos médicos, resguardando a identidade do doador.

– Deve constar em prontuário o relatório médico atestando a adequação da saúde física e mental de todos os envolvidos na doação.

– Não é permitido aos médicos, funcionários e demais integrantes da equipe multidisciplinar das clínicas, unidades ou serviços de reprodução assistida serem doadores.


Vale ressaltar também que o doador não pode se enquadrar nos grupos de risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e é fundamental também não possuir doenças genéticas ou congênitas nem histórico dessas condições na família.

DOADOR DE ESPERMA: QUAIS OS EXAMES NECESSÁRIOS?

Há um processo importante de análise da saúde do doador com uma série de exames médicos e avaliação do histórico de doenças genéticas, hereditárias e contagiosas.

Desse modo, existem alguns exames comuns que geralmente são solicitados para atestar a saúde do doador e também a sua fertilidade. Esses exames podem incluir: cariótipo, teste para Treponema pallidum (sífilis), Chlamydia trachomatis (clamídia) e Neisseria gonorrhoeae (gonorreia), vírus Zika, HIV 1, HIV 2, HBV, HCV, HTLV I e II.

Além disso, é pedido também espermograma, um exame que avalia no homem a quantidade e qualidade do esperma, sobretudo através da análise da contagem de espermatozoides, a motilidade (movimento) deles e a sua morfologia (forma).

CARACTERÍSTICAS DO DOADOR DE ESPERMA: QUAIS INFORMAÇÕES PODEM SER REVELADAS?

Embora o anonimato seja sempre preservado e o sigilo seja priorizado, existem alguns detalhes básicos do doador que podem ser conhecidos.

As informações que são compartilhadas com quem vai receber o esperma doado podem variar, mas geralmente incluem idade, altura, peso, cor dos olhos, da pele e do cabelo, tipo sanguíneo, estilo de vida (se é fumante, por exemplo), hobbies etc.

COMO É FEITA A COLETA?

Antes de tudo, é necessário que o homem que vai doar mantenha de 3 a 7 dias de abstinência sexual.
A coleta do sêmen é, então, feita por meio da masturbação em um ambiente privado dentro da clínica especializada ou serviço de saúde.

Geralmente, um recipiente estéril é fornecido para a coleta, e é primordial seguir as instruções fornecidas para garantir a integridade e qualidade do sêmen coletado.

Após a coleta, o sêmen é processado em um laboratório para separar os espermatozoides do restante do fluido seminal e garantir sua qualidade e viabilidade.

Por último, o esperma é congelado, ele é armazenado em nitrogênio líquido para uso futuro. 

É importante ressaltar que os procedimentos podem variar dependendo do local, mas essas etapas gerais são comumente seguidas. E é válido também destacar que, em determinados casos, a coleta pode ser realizada através de cirurgia.

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Dr. Ricardo Luba
Especialista em Reprodução Assistida
CRMSP: 113528 RQE: 343951

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