Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 1 em cada 10 mulheres é afetada pela endometriose!
Estima-se que a doença atinja de 10% a 15% de todas as mulheres em idade reprodutiva e esteja presente em 70% dos casos de dor pélvica crônica na população feminina.
Infelizmente, para muitas pessoas, a identificação da endometriose é, ainda, um desafio.
Em pacientes de 18 a 45 anos, em média, há um atraso no diagnóstico de até 6 anos!
Os desconfortos provocados pelo problema podem interferir de forma significativa na rotina da mulher, em muitos casos, comprometendo bastante a qualidade de vida, portanto, é fundamental buscar o diagnóstico adequado e o tratamento correto.
E, nessa hora, uma dúvida muito comum é: a endometriose tem cura?
Vamos entender!
ENDOMETRIOSE: SINTOMAS
A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao do endométrio (camada interna do útero) fora da cavidade uterina, que resulta no desenvolvimento de lesões em locais como ovários, tubas, bexiga e intestino.
Os sintomas da endometriose incluem principalmente dores pélvicas intensas e persistentes, na forma de cólicas no “pé da barriga”, que surgem, sobretudo, no período menstrual, mas podem também aparecer fora dele. Além disso, pode haver, ainda, dor durante as relações sexuais e também ao urinar e evacuar, assim como fadiga, inchaço abdominal, náusea e constipação.
Para investigar e detectar o problema, o médico ginecologista pode solicitar a ressonância e o ultrassom transvaginal com preparo intestinal.
ENDOMETRIOSE: TRATAMENTOS
Já o tratamento da endometriose é individualizado, vai depender de como a condição se apresenta na paciente.
Quando se trata de sintomas leves, o médico pode indicar o uso de contraceptivos combinados ou à base de progesterona. Se o quadro for mais severo, a intervenção cirúrgica pode ser recomendada para remoção dos focos de endometriose.
Além disso, hábitos saudáveis também são importantes no tratamento da endometriose, sobretudo a atenção à alimentação.
Mas, afinal de contas, a endometriose tem cura?
Não há ainda uma cura definitiva para endometriose, por isso, ela é considerada uma doença crônica. No entanto, com o tratamento adequado e cuidados com o estilo de vida, a mulher consegue, sim, ter uma boa qualidade de vida; em muitos casos, com uma diminuição significativa dos incômodos acarretados pela condição.
Há pacientes que se tornam até mesmo assintomáticos!
Por isso, é essencial o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico.
E vale ressaltar que a doença é silenciosa, daí a importância de priorizar visitas regulares ao ginecologista!
ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE
Apesar de o problema nem sempre acarretar dificuldades para engravidar, a infertilidade é uma consequência muito associada à endometriose.
Isso porque, além de a doença causar, em algumas mulheres, a obstrução das tubas uterinas (impedindo a fecundação), o problema pode, sobretudo, comprometer a qualidade dos óvulos, um fator extremamente importante para quem deseja engravidar.
Sendo assim, a dica é, primeiro, buscar fazer um check-up ginecológico anual, o que favorece o diagnóstico precoce e, assim, evita que a condição avance a ponto de afetar, por exemplo, a fertilidade.
Outro ponto importante, que vale a pena destacar, é o congelamento de óvulos!
Se você recebeu o diagnóstico da doença e deseja ser mãe algum dia, congele seus óvulos para ter melhores chances de gravidez no futuro.
É fundamental salientar também que boa parte das mulheres com a doença conseguem engravidar naturalmente, então de forma alguma ela é o fim da linha para quem quer ter filhos e nem sempre é preciso o uso de técnicas de reprodução assistida, mas é bom se precaver. Para isso, o congelamento é um excelente aliado!
Agora, caso note que a gestação está demorando para acontecer, busque o suporte de um médico especializado em reprodução humana.
E caso queira se aprofundar ainda mais em assuntos relacionados à gravidez, fertilidade e reprodução humana, me acompanhe nas redes sociais.
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Dr. Ricardo Luba
Especialista em Reprodução Assistida
CRMSP: 113528 RQE: 343951